sexta-feira, 30 de julho de 2021

A Biblioteca da Meia-Noite de Matt Haig


 SINOPSE

 
Se pudesse escolher a melhor vida para viver, o que farias?

No limiar entre a vida e a morte, depois de uma vida cheia de desgostos e carregada de remorsos, Nora Seed dá por si numa biblioteca onde o relógio marca sempre a meia-noite e as estantes estão repletas de livros que se estendem até perder de vista. Cada um desses livros oferece-lhe a hipótese de experimentar uma outra vida, de fazer novas escolhas, de corrigir erros, de perceber o que teria acontecido se tivesse escolhido um caminho diferente. As possibilidades são infinitas e vários horizontes se abrem à sua frente.

Mas será que algum desses caminhos lhe proporciona uma vida mais perfeita do que aquela que conheceu? Na altura da escolha final, Nora terá de olhar para dentro de si mesma e decidir o que de facto lhe preenche a vida e o que faz com que valha a pena vivê-la.

A Biblioteca da Meia-Noite transformou-se num bestseller a nível internacional, com um milhão de livros vendidos em todo o mundo.


OPINIÃO

Este é um dos livros que mais se fala ultimamente. 
Penso que porque a premissa é muito interessante para todos - o que seria a nossa vida se tivessemos seguido outro(s) caminhos? 
E se pudéssemos assistir a isso? Ver-nos "noutras vidas", com outras pessoas... 
Ai, como eu gostaria de saber!! Eu e secalhar todos nós! 
E por isso, assim que li a sinopse tive de comprar o livro. 

A minha expectativa ia altíssima e talvez por isso, senti-me um pouco desiludida.
Não no início, quando ainda estava a perceber a complexidade da situação senti-me muito entusiasmada. Mas lá para o meio, depois da personagem principal ter já experimentado várias vidas, comecei a perder o interesse. 
Gostei muito da forma como o livro dá a entender que, o mais pequeno passo que damos na nossa vida, mesmo que não pareça e não o entendamos como tal, define sempre um ou outro caminho que vamos seguir. Qualquer decisão como até ir ou não ir um dia às compras, pode ser um "life changer" muitas vezes. 
Isso fascina-me imenso e adoro perder tempo a pensar sobre o assunto. No entanto, em termos da forma como o livro desenvolveu esse assunto, penso que deveriam ter explorado a questão de uma forma menos repetitiva e monótona. 
Tinha tudo para ser um livro fora de série mas não o achei assim tão bom.
Talvez explorar mais a questão dos universos paralelos ou desenvolver o assunto os planadores, os seus sentimentos, percepções e escolhas.

Mas não foi de todo uma má escolha, foi um livro que em alguns momentos me fez pensar bastante sobre a vida, sobre as nossas decisões, caminhos e principalmente a forma como a nossa percepção sobre ela nos permite atingir ou não a tão almejada felicidade.

Classificação
3,5*👍

We shouldn't de Vi Keeland


SINOPSE
Bennett Fox walked into my life on one hell of a crappy Monday morning.
I was late for the first day at my new job—a job I’d now have to compete for even though I’d already worked eight years to earn it, because of an unexpected merger.

While I lugged my belongings up to my new office, a meter maid wrote me a parking summons.
She’d ticketed a long line of cars—except for the Audi parked in front of me, which happened to be the same make and model as mine.
Annoyed, I decided to regift my ticket to the car that had evaded a fine. Chances were, the owner would pay it and be none the wiser.
Except, I accidentally broke the windshield wiper while slipping the ticket onto the car’s window.
Seriously, my day couldn’t get any worse.
Things started to perk up when I ran into a gorgeous man in the elevator. We had one of those brief moments that only happened in movies.
You know the deal…your body lights up, fireworks go off, and the air around you crackles with electricity.

His heated stare left me flush when I stepped off the elevator. 
Maybe things here wouldn’t be so bad after all.
Or so I thought.

Until I walked into my new boss’s office and met my competition.
The gorgeous man from the elevator was now my nemesis. His heated stare wasn’t because of any mutual attraction. It was because he’d seen me vandalize his car. And now he couldn’t wait to annihilate his rival.
There’s a fine line between love and hate—and we shouldn’t cross it.
We shouldn’t—but straddling that line could be so much fun.


OPINIÃO

E depois de ultrapassado o meu problema com os livros escritos em Inglês.... abriu-se toda uma panóplia de livros à minha escolha! 

Vários livros e autoras que acabo por ouvir falar, não são editadas em Portugal o que tem sido muitas vezes frustante. 
Não é o caso da Vi Keeland que até já tem alguns livros publicados mas... afinal existem tantos mais!!!!

Para mim, ler um livro em inglês continua a exigir um pouco mais de mim que, nem sempre estou disposta a dar. Mas com o Kobo é completamente diferente e sempre que tenho uma dúvida na tradução de uma palavra, é só carregar e a tradução está imediatamente à disposição, sem qualquer esforço ou tempo dispendido. E quem sabe, se continuar este caminho, talvez vá precisando cada vez menos de dicionário e o meu vocabulário de inglês poderá melhorar bastante e até ajudar-me a nivel profissional :)

Por agora, este é o segundo livro e já tenho outro em inglês escolhido para ler!
Em relação a este livro, não há muito a dizer. É um histórica tipica da Vi Keeland. Nada de muito complexo é certo, um casal, uma atracção, algum erotismo (menos do que habitualmente) e algum humor. Tudo soft. Uma boa leitura para descansar a cabeça e aproveitar para relaxar um pouco.

Nunca acho uma perda de tempo ler estes livros ainda que tenho a certeza que muitas destas histórias não as irei guardar totalmente na minha memória mas, que de vez em quando sabe muito bem, lá isso sabe. E como tenho tido tempos muito complicados no trabalho com várias horas extra... era disto que eu precisava.

Classificação
3,5*👍

Lessons in Sin de Pam Godwin



SINOPSE

There’s no absolution for the things I’ve done.
But I found a way to control my impulses.
I became a priest.
As Father Magnus Falke, I suppress my cravings. As the headteacher of a Catholic boarding school, I’m never tempted by a student.
Until Tinsley Constantine.
The bratty princess challenges my rules and awakens my dark nature. With each punishment I lash upon her, I want more. In my classroom, private rectory, and bent over my altar, I want all of her.
One touch risks everything I stand for. My faith. My redemption. And even my life.
As if that could stop me. I need her pain, and her heart, and she needs my lessons in sin.

OPINIÃO

E o meu presente de aniversário foi... um Kobo!!!
Eu que adoro ler, desde pequena, nunca tinha achado que fosse gostar de um e-reader. Adoro o papel, as capas, pegar no livro, virar a folha, sei lá, todas essas desculpas que habitualmente damos. 
No entanto, num dia não muito distante, ia guardar os meus ultimos livros lidos e... vi que já não tinha espaço na estante! E então pensei: "tenho de ir ao Ikea comprar outra para colocar ao lado desta". Mas depois comecei a medir o espaço, fazer contas... e imaginei que, a ler assim todos os fins de semanas (e nem são todos os dias!!), este problema não tardaria a voltar. 

E lembrei-me dos e-readers... para além de tudo o que ja sabemos (não se cortam arvores, não ha poluição no transporte...) de facto no e-reader podemos escolher um livro, tê-lo imediatamente disponivel, não ocupar espaço em casa e poder ter (nem sei quantos) inúmeros livros para ir de férias :)
Então achei que estava na hora de arriscar. 

Quase 1 mês depois - nem tenho conseguido vir ao blog porque tenho tido dias intermináveis no trabalho que se prolongam pela noite e até fds muitas vezes - posso dizer que não me arrependi!

E uma das razões foi, por exemplo, este livro - o meu primeiro livro lido "a sério" em inglês. Quer dizer, na verdade, há alguns anos atrás, mandei vir do amazon alguns livros em inglês mas li muito na diagonal sem perceber metade, porque me custou muito estar sempre a parar para ir ao dicionario procurar traduções.
Com o Kobo não há problema, é só carregar na palavra que temos dúvida e voilá, a tradução aparece. 
Por outro lado, também já tentei ler um livro, não estava a gostar e desisti pronto, sem me sentir mal porque tinha "gasto dinheiro". 
Convém dizer que aderi ao Kobo Plus ou seja, pago 6-7€ por mês e tenho acesso a vários livros "gratis". 
Portanto, tem sido uma descoberta muito boa para mim.

Já nem sei como cheguei a este livro mas, com esta sinopse, não o podia deixar passar. Tinha logo à partida o tema que eu mais gosto - paixão proibida! 
Desde logo padre e ainda temos a diferença de idades. Um dos livros que mais gostei de ler foi a "Paixão Proibida" da Penelope Douglas e pensei que este livro pudesse ser parecido.
Tinha algumas semelhanças e em geral gostei muito de o ler. 
Ainda pensei, a dada altura que poderiamos ter ali novamente a temática do sadomasoquismo que eu não sou fã mas felizmente o livro não foi por aí.
Por isso, foi um livro que gostei de ler, com alguma profundidade nos personagens, e que me fez ter mais vontade de ler em inglês.

Classificação
3,5*👍

quarta-feira, 23 de junho de 2021

A Paciente Silenciosa de Alex Michaelides

 


SINOPSE


Alice Berenson é uma pintora britânica, jovem e famosa, que vive numa casa sublime nos arredores de Londres com o marido, Gabriel, um conhecido fotógrafo de moda. A vida de ambos parece perfeita. Mas uma noite, quando ele chega a casa depois de uma sessão fotográfica, Alicia mata-o com cinco tiros. E nunca mais diz uma palavra.

A recusa de Alicia em falar e dar qualquer tipo de explicação sobre a tragédia, transforma-se num mistério que prende a imaginação da opinião pública, e confere a Alicia uma notoriedade sem precedentes. O preço dos seus trabalhos artísticos dispara e ela, a paciente silenciosa, é alvo de um mediatismo implacável. Para evitar isso, é conduzida para uma unidade forense de alta segurança no norte de Londres.

Theo Faber, um psicoterapeuta criminal, espera há muito pela oportunidade de trabalhar com Alicia. A sua determinação em convencê-la a falar e a desvendar as razões misteriosas que motivaram o assassínio do marido leva-o por um caminho tortuoso, numa busca pela verdade que ameaça consumi-lo...

OPINIÃO

Achei a premissa do livro extraordinária - uma mulher normal que de repente, sem causa conhecida, mata o marido e fica internada, sem dizer uma palavra durante anos. O que terá acontecido, e passados tantos anos, ali ficou, entre eles, sem aparente possibilidade de ser desvendado. 
Por outro lado, a parte psicológica é algo que me fascina. Quando percebi que teria ainda esta parte, sobre a mente humana e a complexidade que lhe é inerente, achei que seria mesmo obrigatório ler este livro.
E de facto li-o com uma rapidez dificil de igualar. Estava sempre à espera do momento em que, e se, a paciente se ia revelar finalmente e iamos perceber tudo o que tinha acontecido. É um livro que, apesar da protagonista não falar, tem uma dinâmica muito rapida e lê-se num ápice.
Quanto ao final... foi de facto completamente inesperado. De tudo o que eu poderia ter imaginado, penso com este final nem de longe nem de perto eu iria lá chegar. Foi sem dúvida surpreendente e acho que para muitas pessoas este final será mesmo o topo do livro. Para ser franca, eu preferia que tivesse sido outro, mesmo que isso significasse um twist menor.
De qualquer forma, um livro espectacular que merece ser lido pelos fãs do género.

Classificação
4*👍

terça-feira, 22 de junho de 2021

A filha da minha melhor amiga de Dorothy Koomson


SINOPSE

A forte relação de amizade entre Kamryn Matika e Adele Brannon, companheiras desde os tempos de faculdade, é destruída num instante de traição que marcará as suas vidas para sempre.

Anos depois desse incidente, Kamryn é uma mulher com uma carreira de sucesso, que vive sem ligações pessoais complexas, protegendo-se de todas as desilusões. Mas eis que, no dia do seu aniversário, Adele a contacta... A amiga de Kamryn está a morrer e implora-lhe que adote a sua filha, Tegan, fruto da sua ilícita relação de uma noite com Nate.

Terá ela outra escolha? Será o perdão possível? O que estará Kamryn disposta a fazer pela amiga que lhe partiu o coração?

Uma viagem dolorosa e comovente de autoconhecimento, uma leitura de cortar a respiração.

O grande bestseller da autora que comoveu Portugal, com mais de 250 000 exemplares vendidos.

OPINIÃO

Este é um livro muito real. É uma história que considero muito triste, porque a origem de fundo é a morte de uma mãe que deixa uma filha de 5 anos o que, como é obvio tem uma carga dramática muito grande. 

Não é uma situação muito explorada, apenas no início mas durante toda a minha leitura, mantive o meu coração pesado e triste. 
Talvez por ser mãe de uma menina praticamente da mesma idade ... talvez por já ter sido próxima de uma mãe que faleceu e deixou um menino de 5 anos há muito pouco tempo... sendo que falámos sobre os medos dela para com o futuro do filho, recordo-me muitas vezes da angústia dela e pior, sei o quanto o filho hoje sofre todos os dias com a ausência da mãe e vendo todos os outros amiguinhos com uma familia "inteira". 

É sem dúvida, um assunto muito dificil para mim e por isso não posso dizer que tenha gostado muito de ler esta história.
Tinha lido a sinopse e sabia mais ou menos o que esperar mas depois de tantas opiniões positivas, quis experimentar.
Entendo o porquê das opiniões positivas e acho que quando conseguimos colocar para trás o que motivou toda a história, é possivel que a mesma nos traga esperança no amor e na amizade. Na reconstrução de uma vida por assim dizer. 
Acredito que a beleza desta história estará aí para quem conseguir superar o resto. 

Será uma óptima escolha para quem gostar de um bom drama sobre a vida real. Eu gosto mais de uma leitura que me faça sonhar e desejar viver aquela história que estou a ler. Mas esta não, espero que nunca mais vivencie algo parecido ao que já vi ao meu lado e muito menos comigo ou com alguém próximo.



Classificação
4*👍

Amor Cruel de Colleen Hoover


SINOPSE
Tate é enfermeira e muda-se para São Francisco, para casa do irmão Corbin, para estudar e trabalhar. Miles é piloto-aviador e mora no mesmo prédio de Corbin. Depois de se conhecerem de forma atribulada, Tate e Miles acabam por se aproximar e dar início a uma relação exclusivamente física. Para que esta relação exista, Miles impõe a Tate duas regras:

«Não faças perguntas sobre o meu passado. Não esperes um futuro.»

Tate aceita o desafio de manter uma relação distante, sem nenhum compromisso, nem sequer o da amizade. A relação alimenta-se assim da atração mútua entre os dois.

Miles nunca fala de si nem do seu passado, e comporta-se perante Tate de acordo com as regras que ele definiu. Será Miles capaz de desvendar o que se esconde por detrás desta necessidade tão grande de se distanciar emocionalmente dos outros?
E poderá algo tão cruel transformar-se numa relação bonita e duradoura?

OPINIÃO

Já aqui o disse antes, gosto muito da escrita da Colleen Hoover. 
É leve mas ao mesmo tempo as histórias têm uma profundidade intensa que nos toca e nos leva para diferentes partes de nós.

Achei o Confesso um livro muito "doce" e com um toque de arte que me tocou profundamente, o Verity mexeu com a parte de mim que adora thrillers, suspense e também com a forma crua com que abordou a maternidade, mas os outros livros que li dela, o 9 de Novembro e Um caso perdido já não me tocaram tão profundamente, ainda que tenha gostado muito de os ler.

Quando comecei a ler este livro estava convencidissima que ia gostar mas, que não iria ser nenhum Verity. É verdade, não tem nada a ver com o Verity, a história é totalmente diferente e não existe um ambiente de thrilher ainda que eu tenha sentido um suspense "mais ou menos tranquilo" durante toda a leitura. Suspense esse que me fez ler o livro em pouquissimas horas... 

Queria entender o que se teria passado com o Miles para que ele se comportasse daquela maneira. Queria muito perceber como iria ser o desenrolar da história porque apesar de ser um romance, e sabermos que geralmente no final tudo irá ficar bem, não estava a perceber como iriam conseguir contornar e superar aquele passado... consegui mesmo entrar na pele do Miles, imaginar o que ele teria sentido e como isso o transformou como pessoa e nas suas relações.

Se tivesse dúvidas do quanto este livro estava a mexer comigo, as mesmas acabaram quando o livro me fez chorar. Leio muito mas é muito dificil chorar a ler... choro muito a ver filmes, e não é preciso muito, mas ler é diferente porque consigo gerir as minhas emoções para evitá-lo, não entrando tanto na história ou no personagem, ou até fazendo pausas. 
Mas com este livro não consegui parar! 

Para além disso, o livro é contado na perspectiva dos personagens, no presente (Tate) e no passado (Miles). E eu ansiava saber qual a perspectiva do Miles... adorava ler todos os momentos do seu ponto de vista, como tudo estaria a mexer com ele... não aconteceu assim mas quase no final lá apareceu um capitulo narrado pelo próprio Miles que desvendou um pouco desses pensamentos sobre momentos anteriores do livro que nos tinham sido dados a conhecer do ponto de vista da Tate.

Existem coisas que não se explicam e eu não sei explicar detalhadamente o que me terá feito gostar assim tanto desta história. Há coisas que não se explicam, sentem-se apenas! E este livro é uma delas. 5 estrelas, não poderia deixar de ser. E já agora, deviam fazer um filme, sem dúvida!


Classificação
5*👍

segunda-feira, 24 de maio de 2021

A Sereia de Brighton de Dorothy Koomson

 


SINOPSE


Praia de Brighton, 1993

As adolescentes Nell e Jude descobrem o corpo de uma jovem na praia e, quando ninguém o reclama, a vítima passa a ser conhecida como A Sereia de Brighton. Três semanas mais tarde, Jude desaparece e Nell, ainda chocada com os acontecimentos na praia, fica completamente desamparada.

Passados 25 anos, Nell vive atormentada pelo passado, abandonando o emprego para descobrir a verdadeira identidade da jovem assassinada - e o que aconteceu à amiga naquele verão inesquecível.

Quanto mais perto fica da verdade, maior é o perigo. Alguém parece estar a seguir cada passo de Nell, que já não sabe em quem confiar.

OPINIÃO

Quando li A Praia das Pétalas de Rosa, da mesma autora, fiquei com uma sensação agridoce... Senti que há muito tempo não lia um livro com tanta "intensidade" mas por outro lado não me senti preparada para isso. Na opinião  que escrevi aqui no blog sobre ele, até disse que possivelmente teria de continuar a refugiar-me em livros mais leves.

E assim fiz...  tentei ler os meus livros "habituais" de romance mas comecei a sentir que já não me estavam a dar aquela boa sensação, aquele libertar de pensamentos quotidianos, aquele "leve e bom bocado". Comecei a ler as páginas na diagonal e a ligar a televisão (em vez de pegar logo num livro) sempre que os meus filhos me davam um pequeno espaço. Até parei de ler um livro quando ía já a mais de meio, coisa que já não fazia há anos! 
Até que desisti de lutar contra isto... percebi que afinal o "bichinho" tinha ficado cá... afinal entendi mal... o livro A Praia das Pétalas de Rosa secalhar veio apenas mostrar-me que estava na altura de procurar novas leituras e deixar-me levar por histórias mais intensas, mais reais e, talvez por isso, mais apaixonantes.

Assim, comprei A Sereia de Brighton, com alguma expectactiva sobre o que este livro me iria fazer sentir e, se iria devolver-me o impulso e a vontade de ler sem parar (bom... pelo menos nos fins-de-semana quando tenho algum tempo para isso!)

A história começa logo com a descoberta do corpo de uma jovem assassinada e abandonada numa praia. Portanto, neste livro, tive logo mistério desde as primeiras páginas o que, para mim, foi excelente.    
Este livro conta a história de duas amigas, muito jovens, que encontraram esse corpo, e as consequencias que isso trouxe para as suas vidas.
A narrativa é contada de forma alternada entre o ano de 1993, data em que descobrem "a sereia" e o tempo presente. Por norma nem sempre gosto desta forma de escrita porque em geral, sinto que estou sempre a ter de voltar atrás quando as coisas poderiam ser contadas de forma "mais simples", apenas para parecer mais intelectual. 
Mas neste livro funcionou de forma sublime!
Isto porque trouxe um mistério enorme a toda a história... sempre que lia algum capitulo da "actualidade" pensava sempre o que poderia ter acontecido no passado que explicasse o comportamento daquela personagem e só pensava em como queria que isso fosse explicado no capitulo seguinte, que ansiava que fosse por isso do ano 1993! Deu uma dinâmica à historia que verdadeiramente me parece que não poderia ter sido de melhor forma.
Quanto aos personagens, gostei muito da personagem principal, a Nell. Também gostei da irmã e acima de tudo acho que esta autora faz com que os leitores consigam compreender muito bem as atitudes e as características das personagens tendo em conta a história que ela está a contar e as consequências que isso traz a todos os que estão envolvidos.
Foi, tal como esperava, uma história intensa, que aborda muitos temas reais tais como racismo, família, amizade, romance, crime e mistério. Todos na quantidade certa, ou quase certa. Verdade que poderia ter talvez um desenvolvimento um pouco maior no romance... mas, neste tipo de livro, depois de uma história tão bem escrita... não sinto que seja muito relevante.
Quanto ao desvendar do mistério... li o livro tão rápido que mal tive tempo para ter desconfianças... mas a verdade é que desconfiei de todos... sempre todos até ao final. Sou uma desconfiada por natureza, até na vida real, mas talvez por isso, a surpresa para mim fica mesmo sempre até ao virar da última página, porque nunca excluo ninguém da equação e este livro não foi excepção.
Este livro conseguiu o seu propósito sem dúvida, foram 509 páginas de leitura impulsiva, em 2 dias, que me fez voltar a sentir aquela felicidade que já há algum tempo não sentia. 
E posso dizer que desta vez, a Dorothy Koomson ganhou outra leitora, agora já sem reservas... o próximo livro a comprar será certamente dela.


Classificação
5*👍