quarta-feira, 24 de junho de 2020

Opinião - Um Casamento Conveniente de Tessa Dare



SINOPSE

Da autora romântica bestseller que conquistou as leitoras portuguesas
Vencedora do Prémio RITA para Melhor Romance Histórico

Objetivo número um: ter um herdeiro.

Desde que o Duque de Ashbury regressou da guerra com o rosto desfigurado, a única coisa que o move é deambular pela cidade de Londres durante a noite e assustar todos com quem se cruza. Só que agora tem um problema: precisa de um herdeiro.

Objetivo número dois: casar.
Mas com regras bem definidas.

Quando Emma Gladstone, uma simples costureira, aparece em casa de Ashbury para lhe exigir um pagamento em dívida, este aproveita a ocasião e faz-lhe uma proposta de casamento. Mas impõe certas condições: deverão encontrar-se sempre às escuras, e apenas para conceberem um filho. Assim que Emma engravidar, deverá partir para o campo, e nunca mais se voltarão a ver.

Objetivo número três: não quebrar nenhuma das regras anteriores.

Ashbury e Emma casam-se. Emma, porém, é uma mulher determinada e também tem as suas próprias regras. E a principal é conhecer o marido. Permitirá Ashbury que Emma o veja realmente? E conseguirá ele impedi-la de se apaixonar?

OPINIÃO

Foi o primeiro livro de Romance Histórico que li. Ouvi falar da autora - Tessa Dare - como sendo uma referência neste estilo e que este livro tinha também algumas partes mais intensas pelo que resolvi arriscar.

Gosto muito da história da bela e do monstro. Penso que é sempre uma história que nos lembra que a beleza exterior muitas vezes não reflete a beleza interior. E a beleza exterior, tão importante na nossa adolescência e no inicio da nossa vida adulta, começa posteriormente a degradar-se (para todos sem excepção ainda que a ritmos diferentes) e vamos percebendo o quanto é efémera... A beleza exterior não deixa de ser importante, eu sei. Eu própria sei que alimento isso porque prefiro ver um filme com protagonistas que considero bonitos do que outros mais "normais". Acho que isto se entranhou na sociedade, acho que gostamos de sonhar, de ver coisas bonitas. Mas estou a falar de ficção e não confundo as coisas. No entanto, mais nos jovens mas também em alguns adultos, a ideia da beleza fisica sobrepõe-se a outras questões tão importantes como o nosso interior, aquilo em que acreditamos, que defendemos, que fazemos com o nosso tempo e com a nossa vida. 

Quando a maioria dos livros que tenho lido retratam sempre homens esculturais, lindissimos, charmossíssimos (basta ver as capas dos livros da Vi Keeland), é bom lembrar que existem na vida outros homens que muitas vezes não o são à primeira vista e se revelam (quando deixamos) lindissimos também mas de uma maneira mais profunda. E isso também pode fazer sonhar. Porque a maioria de nós, homens e mulheres, não fomos brindados com corpos maravilhosos e caras desenhadas à mão! Mas uma história de amor intensa pode acontecer com qualquer um de nós.

E este livro é de facto um conto baseado na bela e no monstro como tantos outros. Gostei muito de ler, achei muito bem escrito, fluído, de leitura fácil e sem momentos "aborrecidos". Gostei dos personagens e de todo o percurso e final da história. Sem dúvida um estilo literário que devo tentar conhecer melhor.

Classificação
4*👍



 




Opinião - O Inferno de Gabriel de Sylvain Reynard



SINOPSE

O enigmático e sedutor professor Gabriel Emerson é um reputado especialista na obra de Dante. Mas à noite dedica-se a uma vida de prazer sem limites, não hesitando em usar a sua beleza de cortar a respiração para manipular as mulheres a satisfazerem cada capricho seu.
Talvez por isso se sinta torturado pelo passado e consumido pela crença de que está para lá de qualquer salvação.
Quando a jovem Julia Mitchell se inscreve como sua aluna de pós-graduação, Gabriel não consegue ficar indiferente. Ela é linda, deliciosamente inocente, um diamante em bruto para ele polir. Sempre que Julia se apercebe do olhar de predador dele, espera sentir receio, mas o que verdadeiramente sente é uma estranha luxúria que a assusta. Desejando desesperadamente possuí-la, Gabriel põe em perigo não só a sua carreira, como ameaça desenterrar segredos de um passado que preferia manter oculto.
Uma história inebriante sobre amor proibido, luxúria e redenção, O Inferno de Gabriel retrata a jornada de um homem que procura escapar do seu próprio inferno pessoal enquanto tenta conquistar o impossível: perdão e amor.

OPINIÃO

Li algures na internet, que este livro é uma espécie de Cinquentas Sombras de Grey mas bem escrito. Convém referir que eu não gostei das Cinquentas Sombras de Grey... só consegui ler até meio do segundo livro e desisti. Achei verdadeiramente mal escrito, lembro-me de ver palavras repetidas imensas vezes na mesma frase, para além de não gostar do tema do sadomasoquismo. Não consegui ultrapassar essa questão e ver para além disso portanto foi um livro que me surpreendeu bastante apenas pelo sucesso que teve. 

Pensei que este livro poderia ser para mim o que o outro tinha sido para tanta gente. No entanto, após lê-lo, não entendi sequer a comparação. Acho que não tem absolutamente nada a ver e não encontrei qualquer ponto de ligação.

Adorei a sinopse e fiquei bastante curiosa mas não esperava um livro tão calmo. Gostei da história, gostei dos personagens, no entanto não achei o Gabriel assim tão obscuro ainda que só conheça a primeira parte da história. Algumas partes ainda não fazem muito sentido na minha cabeça, acho pouco credível algumas "bases" da história mas novamente, as mesmas podem ser explicadas mais à frente visto ser uma trilogia. No entanto, prefiro sempre, tal como nos filmes ou fim de temporadas de séries, que as coisas fiquem mais claras no final de cada livro, mesmo deixando sempre algo para aprofundar depois. Isto porque não deixa de ser 1 livro. A história foi dividida em 3 e cada uma delas deve ter inicio, meio e fim, explicando as partes mais importantes. Sendo que o primeiro encontro dos personagens é sempre uma parte tão relevante da história, gostava de ter percebido melhor as circunstâncias e razões que levaram a diferentes comportamentos dos protagonistas.

Leio muitas opiniões a referir que não conseguiram parar de ler e que leram logo o 2º livro a seguir. Eu confesso que não o fiz e ainda não comprei sequer o livro.

Aconteceu no entanto uma coisa engraçada... lembrei-me, enquanto ainda o lia, de tantos livros que são retratados em filme no cinema. Por curiosidade resolvi pesquisar se existia algum filme deste livro já que é inquestionável a quantidade de fãs. E então vi que, por uma grande coincidência, tinha saído o primeiro filme exactamente 1 semana antes! Vi que tinha sido produzido pela "Passionflix" - algo que desconhecia de todo. Tentei entender o que era a Passionflix e... um novo "mundo" abriu-se nos meus horizontes :)

Uma plataforma de streaming de filmes baseados em livros!! Como é que eu não sabia que isto existia!! De seguida pensei, "ok, seria óptimo mas certamente não dá para ver em Portugal"... e quando pesquiso um pouco mais, encontro na Apple store a App da Passionflix!!!! É verdade, tem poucos filmes, muito poucos, e nem todos têm legendas em português (mas os originais e principais têm!!). Por outro lado tem um pagamento mensal - cerca de 6.5€ - o que, para uma plataforma com tão poucos filmes é um bastante puxado... No entanto dei-me esse luxo e aderi! Tenho adorado, tenho visto vários filmes, tenho até visto alguns podcasts da Tosca Musk e não estou nada arrependida. E claro, a qualquer momento posso cancelar a subscrição como em qualquer outro serviço.

Estas são as pequenas coisas que eu adoro descobrir e ver que, não sou a única neste mundo a gostar destas coisas :)

Só por isso, este livro valeu a pena! E dia 31 de Julho vai estrear o segundo filme.

Há que dizer que, na Passionflix, os livros são adaptados praticamente de forma inalterada para filme. Normalmente isso não acontece nos grandes filmes de Hollywood mas neste caso, sendo essa a premissa desta plataforma, nota-se um cuidado tremendo com todos os pormenores. É por isso que provavelmente vou apenas ver o filme. Gostei muito do primeiro filme e dos actores escolhidos pelo que tudo me leva a crer que o segundo será ainda melhor com o desenrolar da história. 

Classificação
4*👍







terça-feira, 23 de junho de 2020

Pedro Lima

Não posso dizer que esta sensação é novidade para mim...
Desde pequena que algumas mortes ficaram na minha memória e me afectaram durante dias, meses... a maior delas, devo dizer, foi a Daniela Perez.
No caso dela, tinha tudo para me afectar - uma rapariga bonita, jovem, que dançava lindamente, actriz, tudo o que eu sonhava ter/ser quando crescesse.
Ela foi assassinada aos 22 anos, de uma forma desumana e brutal. Eu era uma criança nessa altura, penso que com 13 anos...
Ainda passava na televisão a telenovela onde ela participava com aquele que viria a ser o assassino e eu alimentei isso, vi-a todos os dias na televisão, gravava em vídeo, via as cenas dela vezes sem conta... alterei até o nome do meu diário para "Dani", o nome pelo qual ela era chamada. Foi tao intenso que, se fechar os meus olhos, ainda consigo ver hoje, anos depois, as mensagens dos colegas dela da novela, e lembro-me da música de fundo. Foi passando com o tempo e com o meu crescimento mas sempre que penso nisto o nó da garganta está cá... pensar que aquele monstro já está cá fora, a fazer a vida dele como se nada tivesse acontecido, com mulher e filhos, enquanto uma vida foi tirada de uma forma que uma pessoa normal e humana nunca poderia fazer. Não há redenção possível para isto, é apenas e só uma injustiça, um erro de todo o tamanho. 
Agora, já com 40 anos, idade que infelizmente a Dani nunca chegou a ter, eu sou obviamente uma sortuda. Porque, apesar de nao ter seguido nem tentado sequer seguir nenhum dos meus sonhos de adolescente, quer na dança, quer na representação, encontrei nos estudos uma área que me satisfaz e onde me sinto feliz. Não sei se é conformismo mas é o que sinto. Lembro-me de há uns anos ir com a minha chefe da altura ver a irmã bailarina a dançar num bailado. O meu primeiro pensamento a vê-la no palco foi: "esta sim deve ser feliz, está ali mesmo a fazer o que ama, solta, livre". Dançar sempre me fez feliz, ainda que só em discotecas, era uma sensação diferente, única. Os números onde vivo diariamente não me dão essa sensação é claro, mas também não me angustiam. Gosto de fazer coisas onde me sinto confortável, onde sinto que tenho algum domínio. Provavelmente nunca teria sido feliz numa profissão que me estivesse sempre a colocar à prova, ainda que quando a superasse, a sensação pudesse ser transcendente. 
Sou sortuda porque consegui ter tudo o que eu imaginava que me iria fazer feliz - filhos, namorado, uma casa linda construída de raiz, e dinheiro para pequenos caprichos que me fazem sentir bem. Não sou pessoa de precisar de grandes viagens nem grandes carros, nem grandes telemóveis. Sou mais pessoa de gastar o meu dinheiro com coisas para casa, que me façam gostar de estar aqui 365 dias em vez de gastar tudo numas férias de 2 semanas. Por isso tenho netflix, alexas com subscrição de musica online, descobri agora a passionflix, compro varios livros, também jogo de vez em quando, tento ter à minha disposição (e por felizmente tenho algum dinheiro que o permite) tudo o que me faça querer estar comigo, em casa.
Penso que foi por isso que a quarentena foi tão tranquila por aqui. Tenho amigos, gosto de estar com amigos, mas muito francamente, o que eu gosto mais é de estar comigo. E penso que nem todos sentirão o mesmo. E é isto que me fez pensar quando soube do Pedro Lima.
O Pedro Lima, juntamente com o Diogo Infante, Nuno Lopes, Ricardo Pereira e Fernanda Serrano, são os actores portugueses que me dizem mais, por motivos completamente diferentes. O Pedro Lima quando apareceu, era conhecido por ser nadador profissional do Sporting. Eu tinha uma amiga na altura que o via nos treinos e claro, miúdas como eramos, referiamos o facto dele ser maravilhosamente bonito (é normal sendo adolescentes). Depois cheguei a vê-lo um par de vezes na Guerra Junqueiro, no cinema Londres e isso acabou por fazer com que o nome "Pedro Lima" ficasse sempre registado em mim. Eu deixei de ver novelas assim que saí de casa dos meus pais e perdi por isso a maior parte das telenovelas onde terá participado. Mas nas redes sociais, nas revistas, a imagem que tinha dele era de um homem lindo, que também tinha conseguido tudo na vida dele - uma profissão que desejava, uma mulher que amava e 5 filhos saudáveis, um desportista, uma pessoa sempre alegre.
Quando vi a notícia no meu telemóvel, chorei. Não que isso seja novidade em mim. Penso que devo ser a pessoa mais empática que alguma vez conheci. Sinto-me até estranha ao pé dos outros por isso mesmo. Sofro sempre pelos outros, estou sempre a colocar-me no lugar dos outros e isso faz-me sofrer muito também, mesmo quando os problemas não são meus. Acho que, se estivesse de fora e me conhecesse, até acharia que eu seria apenas uma pessoa com a mania e a tentar aproveitar a dor dos outros para que sentissem pena dela. Mas não é assim, tanto que só estou a escrever isto aqui, atras de um computador, onde ninguem me conhece. Evito falar destas coisas e destas sensações até às pessoas mais proximas de mim.
Na primeira altura (e na segunda e ate na terceira...) nunca me passou suicídio pela cabeça, pensei sempre num acidente de surf nas rochas. Eu não o conhecia e portanto qualquer opinião que eu desenhe na mnh cabeça não é baseada em nada mais que a minha própria visão das coisas (e que não é igual para todos nós) e nas coisas que saíam a público.
Ha quem fale de problemas financeiros e acredito que, em muitos casos e principalmente com filhos, isso seja de facto um problema que leva a preocupações e a ansiedades enormes. No entanto, não é expectável que só isso condicionasse um desfecho tão triste e brutal. Pode especular-se à vontade mas a verdade é que ele estava no momento a trabalhar. Tinha estado parado, como aliás todos, mas estava a trabalhar. Ser actor não é uma profissão estavel a não ser que se seja mesmo fenomenal, mas tambem nunca o foi. Alguns actores nem contratos de exclusividade têm por isso acho estranho que, mesmo a existir preocupação (como faz sentido existir neste momento a qualquer um de nós) isso tenha condicionado tudo. 
Tentamos no nosso mundinho então encontrar outras razões. Talvez não fosse feliz... mas depois vemos sempre aquele sorriso, todos que conviviam com ele dizerem que amava profundamente a mulher, que venerava os filhos, que vivia para a familia. E é aqui que o nosso coração e a nossa cabeça faz tilt. Mas como é que alguém que era feliz, que adorava a familia, que tinha trabalho, prefere desistir e acabar com tudo o que conhece?
Surge então a palavrinha "depressão". Parece uma palavrinha nova mas não.
Eu cresci a ouvir a minha mãe, que sempre trabalhou muito na vida, dizer que depressão é para pessoas que têm muito tempo para pensar e que não fazem nada na vida. E esta frase sempre me fez muito sentido. Ainda hoje penso que existe alguma razão nelas - se não temos tempo para parar, para pensar na nossa vida, é verdade que também não nos questionamos, vivemos em modo automático. E isso pode "adiar" o encontro connosco próprios.
Aliás, devo dizer que anos depois, penso que a minha mãe está no momento com uma depressão. Agora que a vida está mais calma, de repente oiço-a falar amargurada dos ultimos 40 anos de vida, o quanto sente que foi enganada pelos outros etc. Mas para mim, ela foi enganada por ela própria. Porque preferiu viver vendada, em modo automático e sem nunca parar para se conhecer, para se ouvir... 
Mas custa mais perceber o que poderá desencadear uma depressão em alguém que aparentemente tem tudo. Baixa auto-estima? O Pedro chegou a dizer isso numa entrevista... o que quer dizer isso? Eu sempre tive baixa auto-estima, porque passei por algum bullying na escola (caixa de oculos, mamalhuda, boca de aço...enfim) que me marcou e influenciou para sempre, mas felizmente comecei a gostar de mim psicologicamente e isso equilibrou a maneira como me vejo... se o problema do Pedro não poderia ser o fisico, seria o psicológico? Será que ele não gostava dele próprio? Penso que poderia ser isso... se ele era tao exigente consigo próprio isto poderia deixa-lo sempre angustiado por nunca atingir o que achava ser os mínimos. Tentar agradar os outros é dificil mas tentar agradar nós próprios pode ser muito pior.... 
Por outro lado a depressão é algo quimico. Se nos doi a perna, o estomago, qualquer outra parte de nós, vamos ao médico e tratamos. Porque é que no caso do cerebro achamos que e diferente?
É natural procurar encontrar razões para nos acalmar a dor... mas esta dor não acaba e não diminuirá para a familia. Penso muito na mulher dele e nos filhos. A filha mais nova dele pouco mais anos terá do que a minha. Desde esse dia que sempre que abraço a minha me lembro que a pequenina não terá mais o abraço do pai que a amava. Espero que aquela mãe consiga superar a dor dela para conseguir ajudar tambem os filhos a lidar com algo que parece impossivel de ultrapassar...
Não podemos ignorar os nossos sentimentos, não podemos fingir que não temos necessidades, temos de nos ouvir e temos de ir ao médico sempre que necessário para tratar qualquer orgão, zona do nosso corpo, que doa. E tal como outras dores, não podemos demorar demais a ir... como se diz, quando o rastreio é mais cedo, mais possibilidades existem para a cura...



quinta-feira, 4 de junho de 2020

Opinião - Stalker de Lars Kepler


SINOPSE

Um assassino em série aterroriza Estocolmo. Qual voyeurista, ele filma as suas presas, sempre mulheres, na intimidade das suas casas e depois coloca os vídeos no YouTube, enviando em simultâneo um link para o Departamento da Polícia Criminal.

Quando a primeira mulher aparece morta, vítima de um brutal homicídio, a Polícia começa as suas investigações, mas os vídeos que se sucedem não permitem identificar os alvos. Desconfiando de que o marido da segunda vítima, Björn Kern, traumatizado após ter encontrado o corpo da mulher, detém informações cruciais que podem ajudar o caso, a Polícia decide pedir ajuda ao hipnotista Erik Maria Bark. No entanto, aquilo que Björn lhe conta leva Erik a mentir à Polícia.

Se as luzes estiverem acesas, um stalker consegue ver a sua presa do lado de fora, mas, se estiverem apagadas, é impossível ver um stalker que já se encontre dentro de casa. Tranque as portas e corra as cortinas - os Lars Kepler regressaram com um novo thriller de cortar a respiração.

OPINIÃO

Os thrillers são sem dúvida os meus livros preferidos... aqueles que me prendem até ao final, que me fazem querer virar a página o mais rápido possivel para chegar então à resposta normalmente mais esperada: "quem matou afinal?!"
Este livro não foi excepção! Quando li que Lars Kepler é o pseudónimo de uma dupla de escritores de sucesso na Suécia, a minha mente transportou-me logo para anos atrás, quando descobri uma outra dupla de escritores do mesmo genero que adorei e de quem tenho vários livros - Nicci French. E arrisquei.
Mas quando comecei a ler fiquei um pouco em choque... sempre adorei este tipo de livros porque no fundo prefiro ler suspense, sem ter de ver imagens que me perturbem - não consigo ver filmes de terror e incomoda-me ver filmes de suspense/thrillers. É como se fosse uma forma de colmatar isso - não vejo mas consigo ler, porque controlo melhor a minha mente e as imagens que crio na minha cabeça, tenho algum domínio nisso quando nos filmes não o consigo ter por razões óbvias. Mas o início deste livro teve um efeito em mim que nenhum outro tinha tido ainda - existe uma descrição tão pormenorizada de um assassinato que cheguei a pensar que não ia conseguir ler o livro até ao final. Foi como se a minha cabeça criasse todas as imagens e eu estivesse lá... como se fosse mesmo um filme! Juro que até tive medo de estar na minha sala e olhei insistentemente para confirmar que as minhas janelas estavam fechadas por várias vezes... ao contrário da maioria, não sou grande fã da adrenalina pelo que dispensava esta parte!!
Ultrapassado o "choque" inicial consegui continuar o livro e ainda bem que não desisti... ou se tornou mais "soft" ou fui eu que me adaptei à escrita. A história está muito bem conseguida, as personagens bem ligadas, e o desfecho realmente algo inesperado. Li o livro num fim de semana (o que com 2 crianças pequenas chega a ser um feito histórico)
Gostaria talvez que o livro tivesse explorado mais a questão do hipnotismo. Gosto muito de toda a parte que estuda a nossa mente, acho que é de facto um tema que permite inúmeras abordagens e que continua a ser um mistério para muitos. Sei que existem mais livros com o personagem "hipnonista" pelo que possivelmente este tema pode ser abordado mais profundamente noutro livro - penso que ainda irei pesquisar sobre isso!

Classificação
4*👍



segunda-feira, 25 de maio de 2020

Quarentena - parte 2


E passados que estão 2 meses , desde o "pensamento" inicial acerca da quarentena, segue o balanço final: realmente tive momentos menos fáceis do que nos primeiros 12 dias!...
O meu trabalho permitiu-me ficar por casa, em teletrabalho, pelo menos até agora - nos próximos dias saberei por quanto mais tempo :( - e, por ser um pouco pessimista e portanto mais cautelosa do que a maioria certamente, terei saido nestes meses apenas umas 2 vezes e por motivos mesmo inadiáveis.
Já não estamos em estado de emergência e do que vejo nos telejornais, as praias e as ruas já estão cheias de gente pelo que já me sinto algo "ET" neste momento.
Continuo com receio e já algo acomodada a esta vida de casa, confesso, pelo que, se dependesse de mim, continuaria assim pelo menos até Setembro. Sei no entanto que só tenho esta opinião porque em termos de rendimento não fui afectada por toda esta situação. Entendo perfeitamente que não podemos continuar fechados sob pena de muitas pessoas, com famílias como a minha, não terem dinheiro sequer para comer. 
E não pode ser, claro que não pode ser! Tem de se arranjar soluções ainda que com prudência. 
Mas é um facto que, a minha vida, está melhor do que antes. Talvez por fazer habitualmente 80km diários nas minhas deslocações casa/trabalho, por apanhar sempre trânsito, por andar a correr a ir buscar/levar os miudos, fazer TPC's em cima dos banhos/jantares/actividades extra... e de repente ter ganho umas 2-3 horas no meu dia por já não fazer estas coisas. Consigo aproveitar a minha casa, coisa que nem isso eu sentia antes, e os meus filhos brincam muito mais os 2 do que antes, estão mais cúmplices apesar de alguns momentos normais de irritação.
No entanto existem também muitas coisas más... tenho trabalhado muito mais, ou pelo menos a sensação é essa. Consigo focar-me totalmente no trabalho (coitados dos meus filhos mas de facto consigo ignorá-los muitas vezes) e nunca senti que ficou algo por fazer do trabalho ou menos bem feito por estar em casa com crianças. Mas sinto uma culpa enorme em relação aos meus filhos. Pena por não conseguir sequer "olhar" para a televisao quando estão a ver a tele escola, por não conseguir acompanhar a mais pequena e tentar desenvolver algumas dificuldades, que este tempo em casa me permitiu perceber nela... Por não brincar... por vê-los perdidos muitas vezes a chamarem por nós e a reclamarem que trabalhamos muito...
Por outro lado, agora começo a sentir que realmente as crianças estão a ficar para trás em termos da educação... os meus filhos não têm aulas online (como tantos outros certamente), talvez sinta por isso... e eu não estou a conseguir ajudá-los pelo stress do meu trabalho. Tenho muitos colegas que conseguem dosear mas, talvez pela minha função, por não ter backup ou trabalhar em equipa, não me é possivel. Sou eu para tudo e "eu" às vezes não chego!
Não é uma sensação boa esta... e tem-me consumido bastante. Uns dias mais outros menos.
No entanto, tal como disse no inicio, os prós continuam superiores aos contra e por mim, continuaria aqui mais um tempo. Mas sei que não é justo.
Espero no entanto que a minha empresa me possibilite para o futuro uma melhor flexibilização do meu tempo, com algum trabalho em casa porque sem dúvida, é uma tendência que deveria vir para ficar, ainda que em regime misto com idas ao escritório.
Veremos a evolução da situação, como as pessoas se vao portar agora com o bom tempo, se entretanto o virús desaparece (já vi alguns estudos que apontam essa possibilidade)... estamos de facto a viver uma altura histórica na humanidade.
Esperemos que o desfecho da mesma, nos livros de história, não seja aterrador.
Ficar tudo bem já não vai ficar... muita gente já faleceu e é impossivel ficar imune a esta realidade...



White Lines





SINOPSE

Em White Lines, quando o corpo de um famoso DJ é encontrado vinte anos depois de ter desaparecido em Ibiza, sua irmã decide viajar até o local, para investigar o crime por conta própria. Só que quanto mais ela se aprofunda no mundo obscuro da música, é obrigada a confrontar seu lado sinistro.

OPINIÃO

Nunca teria visto esta série se não fosse pela participação anunciada do Nuno Lopes...
Não vejo habitualmente filmes portugueses. Não costumo gostar da "cor", do "peso", do "drama" que habitualmente estão sempre patentes nos nossos filmes. Aliás essa é também a razão pela qual não vejo novelas... além da parte de engonharem muito.
No entanto tenho actores portugueses que gosto muito. Lembro-me sempre de 2 - O Diogo Infante - totalmente pelo teatro, vi algumas peças dele fabulosas, é um actor maravilhoso... e o Nuno Lopes.
O trabalho do Nuno Lopes que me lembro melhor é...comédia, com o Herman José! Nunca fui muito fã do humor do Herman e fixei o Nuno Lopes desde miúda por isso mesmo, porque inesperadamente dei por mim a rir-me por causa dele!
Há quem diga que fazer rir é mais dificil que fazer chorar pelo que, sem duvida, o Nuno é um dos meus actores preferidos. Ajudou também, há muitos muitos anos atras, tê-lo visto no cinema do saldanha a ver o "Depois do amanhecer", a sequela de um dos filmes favoritos da minha adolescência. Não é um filme muito conhecido pelo que estavamos numa sala relativamente pequena e, penso que quando se gosta de filmes assim mais "de culto", sentimos uma especie de ligação entre as pessoas que lá estão, talvez por serem poucas! Claro que ele nao me ligou nenhuma mas como já era conhecido, dificilmente me esqueci que, pelo menos bom gosto ele tinha, além de representar tão bem!
Assim que estreou a série pensei: claro que tenho de ver!
A temática está longe de ser das minhas preferidas. Tenho um passado (pequeno) de festas de trance, house e convivi de perto com algumas coisas retratadas na série (ainda que muito mais soft!) e sinceramente, chegou-me o que vivi e não costumo gostar de (re)ver coisas semelhantes. Mas não desisti e quando cheguei ao 3º episódio, já não queria parar! Não é uma Casa de Papel, é um facto. O que gostei mais da série foi até alguma sensação de "série B", com alguma comédia à mistura - há tantas situações bizarras que francamente fartei-me de rir em vários momentos!
No entanto, para mim, foi dificil ligar-me aos personagens... pela historia/temática talvez... de facto não seriam pessoas que eu gostasse de conhecer! Mas, novamente, vendo a série num ponto de vista, lá está bizarro, dei por mim a gostar muito do David e... do Boxer.. sem duvida o personagem do Boxer foi um presente!! No meio daquela história, muitas vezes mirabolante, com algumas personagens quase odiosas... o Nuno teve a sorte de ter ali o unico personagem que eu tinha gosto em saber mais... saber mais do passado dele, da história dele. E ele representou-o lindamente claro está - que orgulho!! Também acho o personagem da Zoe algo "entendível" salvo algumas excepções... e gostei muito do "romance" deles. Gostaria muito de ver uma segunda temporada mais virada para o Boxer e para o possivel desenvolvimento da relação deles.
Resumindo, gostei, valeu muito a pena mas totalmente pelo Nuno Lopes / personagem Boxer. Sem esse personagem dificilmente teria conseguido manter a ligação que senti à série.

Classificação
4*👍


Opinião - O Egomaníaco de Vi Keeland


SINOPSE

O que dizer de Drew Jagger?
É presunçoso, egocêntrico e arrogante…
Eu estava bastante satisfeita com o meu novo consultório, que arrendei em pleno centro da cidade, até que o Drew apareceu. Foi uma confusão! Pensei que ele era um assaltante e tentei atacá-lo, até que ele, calmamente, me esclareceu: eu é que estava no escritório dele. Ou seja, descobri que tinha sido enganada.

O Drew achou piada à situação e à minha ingenuidade (assim como a outros dos meus… atributos), e propôs um acordo irrecusável: partilharmos o espaço até eu encontrar um novo, e em troca eu atenderia os telefonemas dele. Nem parece mau, pois não?

O problema é que juntos somos a receita ideal para o desastre. O Drew é advogado especialista em divórcios —— cínico, convencido e estupidamente sexy ——, e eu sou conselheira matrimonial, interessada em salvar os casamentos que ele quer ajudar a desfazer. As discussões entre nós são tórridas e as diferenças mais do que óbvias. A única coisa que nos une é o espaço que partilhamos… E uma atração cada vez mais louca e incontrolável. ... mas confesso: não consigo deixar de pensar em como será beijar aqueles lábios tentadores!


OPINIÃO

Tenho uma característica que me define muito em termos gerais mas que é mais vincada neste tipo de coisas - livros e filmes... quando gosto de algum... apetece-me ler/ver tudo de seguida.
Sou um "bocadinho" obsessiva por assim dizer...
Portanto, depois de gostar de ler o livro "O Boss" da mesma autora, dei por mim, no dia seguinte, a comprar uns 4-5 livros da Vi Keeland... neste momento que escrevo esta opinião já tenho agora 2 pendentes, em espera, porque entretanto precisei de descansar um pouco deste genero porque já estava a enjoar lol
Gostei dos personagens e novamente dei algumas risadas a ler o livro - a razão principal que me fez gostar tanto do "O Boss". 
Considero estes livros o tipo "comédia romantica pipoca com picante". Tem ali momentos divertidos, alguns momentos mais quentes, e um romance que acaba e se desenrola sem grandes surpresas.
Não é o livro que a maioria das pessoas que conheço fosse ler ou admitir a alguém que o leu...
aliás penso que nem conheço ninguem que goste deste genero (se bem que elas se escondem muitas vezes atras de um computador ahaha)... mas acho que é um livro agradavel e que nos dá umas horas engraçadas de entretenimento.
Eu gostei se bem que, como já disse, depois de ler 2 ou 3 de seguida vai perdendo o interesse... mas penso que é um pouco assim com tudo. 
Por isso vou esperar mais um pouco até ler o próximo - acabei de ler "O playboy" ontem ... ainda não sei se escreverei alguma opinião porque no fundo isto anda tudo à volta do mesmo!!
Mas regra geral são livros que não me arrependo de comprar.

Classificação
4*👍