quarta-feira, 25 de março de 2020

Quarentena 2020


Quarentena

No final de 2020, quando escolherem a palavra do ano, será certamente quarentena.
Este Covid-19 chegou mesmo em força e está a provocar um tsunami por todo o mundo.
Há quem já tenha feito grandes dissertações sobre o quanto esta epidemia apareceu para nos fazer pensar nas verdadeiras prioridades da vida, no quanto andámos enganados este tempo todo, sempre a correr de um lado para o outro, cheios de tarefas, horários de trabalho intensivo e pouco tempo para a família e para nós.
Concordo. Mas não foi preciso existir o Covid-19 para eu ter chegado a essa conclusão.

No meu caso adoro trabalhar. Adoro ter tarefas e sentir-me útil em sociedade. E tenho a sorte de fazer o que gosto. Muitas vezes confesso que até sobreponho essa sensação àquela que me dá o prazer de ser mãe. Mas penso que as duas se completam e são essenciais para uma vida plena. O difícil sim é equilibrar ambas.
Se antes não existia equilíbrio, agora também não.
A consciência e a responsabilidade mandam-nos ficar em casa. Ter as preocupações apenas mais básicas da vida: saúde e alimentação. Não socializar, não passear e não ver as maravilhas da natureza que nos fazem, numa altura “normal”, relaxar do dia-a-dia. Desculpem mas não penso que isto seja tão bom que por isso nos faça pensar que estávamos mal antes e que tínhamos as prioridades trocadas.
O que a nossa sociedade tem de errado já há muito tempo, é de facto o horário diário de trabalho.  
Aqui em casa somos uma família de 4. Sendo que o dia não estica e temos de dormir umas 8 horas, e estamos no trabalho outras 8 (na melhor das hipóteses), se somarmos 1 hora para deslocações casa-trabalho, 1-2 horas para tratar das refeições (neste caso, pequenos almoço e jantares), 1 hora para os banhos, 1 hora para TPC's e tirando ainda as actividades que os miudos costumam ter nos nossos dias sobra muito pouco para tudo o que falta fazer ou tudo o que pode ter corrido mal - sair mais tarde do trabalho, apanhar transito, tratar da cozinha ou das roupas que não podem esperar pelo fim-de-semana. E de facto fica para trás o mais importante – brincar, conversar e socializar com quem mais gostamos e, tempo para nós próprios. Não é à toa que eu nem falei em ir ao ginásio… seria arranjar 1 hora que já não existe pelos meus cálculos… lol

Sei que é complicado. Muitas vezes trabalhamos 8 horas por dia e é pouco, tendo em conta todas as tarefas que o nosso trabalho exige. Mas existem muitas vezes picos de trabalho e necessariamente outras alturas em que estamos mais calmos. Se durante os picos de trabalho saímos muitas vezes mais tarde, para alem das 8 horas, também é verdade que quando não estamos nessas alturas em regra não nos é permitido ou visto com bons olhos sair mais cedo. 
O segredo para mim está na flexibilização. Ter flexibilidade de horário, poder fazer teletrabalho alguns dias por semana ou quando necessário. Tenho a certeza que iriamos conseguir um equilíbrio muito maior entre a vida pessoal e a profissional. 
Com isto iriamos ser mais felizes e a sensação de felicidade consegue milagres… e acredito sinceramente que iriamos ser muito mais produtivos a nível de trabalho, mesmo não trabalhando as 8 horas diárias em alguns dias.

Estes meus dias de quarentena têm sido assim. Como eu gostaria de ter alguns por semana numa altura normal (mas com miudos na escola claro!). Acordar e ficar em casa a trabalhar. E trabalhar com disciplina sim. É assim que tem sido. Tanto que não sinto qualquer aborrecimento e o tempo tem passado a correr! Tenho conseguido fazer tudo a que me proponho e se por acaso os miudos precisam de mais atenção e não consigo dar o meu melhor durante o "horario de trabalho", com flexibilidade (palavrinha mágica) faço mais tarde. 
Não tenho no entanto conseguido chegar aos calcanhares das mães profissionais das redes sociais. A minha filha mais nova não tem passado o dia a fazer trabalhos manuais, nem a aprender letras e numeros. Porque para isso eu teria de a acompanhar praticamente todo o tempo. O meu filho tambem ainda nao fez todos os trabalhos e fichas que a professora vai enviando porque muitas vezes precisa de apoio tambem e eu estou a trabalhar diariamente.
Isto não é nem nunca será uma situação ideal mas com equilibrio tudo tem corrido perfeitamente aqui em casa. Já estamos no 12º dia em casa fechados os 4 e não há discussões, aborrecimentos e nem tao pouco me sinto perto de ficar maluca.
Como acho (infelizmente) que isto está para durar, veremos se daqui a 30 dias continuo assim tao fresca!! 
Mas espero ansiosamente pelo dia em que possa finalmente começar a ler livros ou a ver Netflix porque estou em casa em quarentena sem nada para fazer... esse dia ainda não chegou por estas bandas!!




quarta-feira, 11 de março de 2020

Opinião - Perigo Irresistível de Becca Fitzpatrick


SINOPSE
Britt Pheiffer sonha há mais de um ano com umas férias repletas de aventura.

Treinou vários percursos pelas Montanhas Rochosas, comprou equipamento especial e até se sente confiante para levar consigo a melhor amiga, mais adepta de centros comerciais do que do ar puro das montanhas.

Poucas horas após o início da viagem, um nevão inesperado obriga-as a refugiarem-se numa cabana abandonada, aceitando a hospitalidade dos seus dois estranhos ocupantes: dois homens jovens, atraentes e… em fuga.

Feita refém, Britt é obrigada a guiá-los pela montanha e espera conseguir aguentar-se tempo suficiente até Calvin - o ex-namorado que ainda não conseguiu esquecer - poder encontrá-la.

Nada é o que parece nesta aventura nas paisagens inóspitas do Wyoming. Mason, um dos raptores, é estranhamente simpático para Britt. Já Shaun é claramente um homem perigoso.

Mas será Britt capaz de resistir à perigosa atração que Mason parece exercer sobre ela e, por fim, sobreviver?

Livro da autora Becca Fitzpatrick, bestseller da saga hush, hush.


OPINIÃO

Este livro é ainda uma incógnita para mim... 
Gosto de ler livros com romances "apimentados" e adoro ainda mais livros de suspense/policiais com reviravoltas que ninguém (ou pronto, quase ninguém) esperaria. 
Comprei este livro porque percebi que era um 2 em 1. 
E pensei que iria provavelmente ser um dos meus preferidos.
Não foi... e ainda me é dificil entender porquê.
Passei pela mesma situação com os livros da mesma autora da saga hush, hush que já li há algum tempo - ou melhor, 2 livros da saga, porque não cheguei a ter curiosidade de acabar de ler os restantes.
E porquê? 
Escrita fácil, não é muito cansativo com pormenores/detalhes (algo que habitualmente me aborrece), as histórias têm aventura, romance, mistério... no entanto por alguma razão não me prendem a atenção, ou seja, se parar de ler hoje, não fico a pensar em como irá acabar. 
Demorei por isso cerca de 2 meses a acabar este...
Eu diria que teve a ver com os personagens, romance e a conclusão:
Para eu gostar de um personagem tenho de sentir uma de duas coisas - ou revejo nela caracteristicas minhas e passo a ver a história do meu ponto de vista - como eu agiria naquela situação - ou, não me revendo minimamente na personagem, ser alguém que eu gostasse de ter sido "noutra vida" :) 
Neste livro, nenhuma das 2 personagens femininas me transmitiu nenhuma das 2 sensações. Ok, a Britt foi muito corajosa (se algo similar me acontecesse não teria certamente o mesmo desfecho!) mas não chegou para sentir admiração pela personagem. 
O romance também achei um pouco precipitado, numa altura ela estava interessada no Calvin, noutra no Shaun e depois no Mason, isto apenas num livro. Quando assim é não chego a conseguir sentir o "romance principal".
E, sem entrar em spoilers, também não achei a razão para os crimes "plausivel" - se é que existe alguma razão plausivel para alguém cometer crimes. Mas não tive nem perto aquela sensação que tinha quando era miuda e lia os famosos livros da Agatha Christie quando explicavam quem era o assassino e as suas razões.
Por tudo isto considero uma leitura relativamente agradável que penso que tem tudo para agradar a maioria das pessoas ainda que não tenha mexido comigo dessa forma.
Classificação
3,5*👍


quarta-feira, 4 de março de 2020

Gilmore Girls


SINOPSE:

Série de televisão de comédia dramática americana, criado por Amy Sherman-Palladino e com Lauren Graham e Alexis Bledel nos papéis principais. A série estreou em 5 de outubro de 2000 na The WB e tornou-se uma série emblemática para a rede. Gilmore Girls originalmente teve sete temporadas, com a temporada final mudada para a The CW, e terminou sua transmissão em 15 de maio de 2007. O principal foco do programa é a relação entre a mãe solteira Lorelai Gilmore e sua filha Rory, que moram em Stars Hollow, Connecticut, uma pequena cidade fictícia com personagens bem peculiares. A série explora questões de família, romance, educação, amizade, desapontamento e ambição, juntamente com divisões geracionais e classe social, os últimos temas se manifestando através da difícil relação de Lorelai com seus pais da alta sociedade, Emily e Richard, e as experiências de Rory em uma escola de elite e mais tarde na Universidade de Yale.

Opinião

Esta série terá passado (ou não...) na nossa televisão entre 2000 e 2007. No entanto, eu nunca tinha ouvido falar dela até há bem pouco tempo!
No ano passado decidi aderir à Netflix porque, com os filhos já um pouco maiores, comecei a ter mais tempo para mim e pensei que seria óptimo poder ter muitas opções de escolha que só um serviço de streaming pode oferecer. 
E mais... ter logo todos os episódios de uma temporada disponiveis só de uma vez - eu que, quando gosto, devoro sem parar - não podia estar mais satisfeita :)
Por isso, faço parte daqueles que apenas começou a acompanhar a série agora, pela Netflix.
Não é o tipo de série que eu teria escolhido à primeira vista... lembro-me que as primeiras séries que vi na Netflix foram o Outlander, O Era uma Vez, Lucífer, Arrow... tudo mais virado para o fantástico.
Mas um dia pensei: "vou escolher algo simples para ver..." e escolhi esta série. Carreguei no 1º episódio e... já não consegui mais parar!! 
7 temporadas!! Todas de seguida, todos os dias 1-2 episódios.
A minha ideia de "simples" não podia estar mais errada... de facto não há aqui super heróis, vilões, nem grandes efeitos especiais. Muitas vezes prefiro ver séries mais viradas para o fantástico porque acho as outras tão realistas que se tornam para mim um pouco aborrecidas, porque no fundo retratam as mesmas coisas que eu já vejo no meu dia a dia. 
No entanto, os diálogos prenderam-me logo no início... são fantásticos, inteligentes, cheios de referências à cultura pop dos anos 90 com a qual me identifico completamente já que me recorda toda a minha adolescência!
Em muitos momentos as conversas dos personagens fizeram-me refletir, relembrar, rir e sim, às vezes (poucas) fizeram-me chorar também. Mas, mesmo nas partes consideradas mais dramáticas, a série consegue logo a seguir aliviar o momento com um apontamento mais cómico - o que eu agradeço, porque detesto acabar um episódio com uma má sensação!
Quando dei conta já via os personagens como se fizessem parte da minha vida. Comecei até a comparar com algumas pessoas que eu conheço. 
A Lorelai por exemplo é sem dúvida um dos grandes personagens da TV... e eu ADOREI a personagem... mas e se ela existisse de verdade? Numa série é de rir à gargalhada com várias coisas que ela diz e faz mas na vida real penso que a pouco e pouco isso talvez me fosse irritar em algum momento. 
Já vi em muitos sites que existem hardcore fans da série que já viram várias vezes as mesmas temporadas.... isso não sei se conseguia fazer, mas ja dei por mim várias vezes a colocar um ou outro episódio apenas para ver e ouvir novamente as vozes daquelas "pessoas" que me proporcionaram momentos tãaao bons! 
É sem dúvida uma das melhores séries de sempre, na minha opinião claro!
Já foi feito um revival, também disponível na Netflix mas eu espero que não seja o último... entendi o final escolhido (as 4 palavrinhas mágicas!!) mas sabe a pouco! Aguardo por isso com esperança pela notícia da produção de um segundo revival :)


Classificação
5*👍

Opinião - Vai Aonde Te Leva o Coração de Susanna Tamaro



SINOPSE
Livro sensação, livro de descoberta ou de redescoberta e por isso mesmo livro não alheio à diversidade de reações. Através de um registo em que três gerações de mulheres dialogam, numa voz que reconta as suas vidas, Susanna Tamaro serve-se dessa estrutura narrativa para confrontar os diferentes tempos vividos e reavaliar este ciclo geracional. A leitura deste livro é enleante, quase hipnótica, comovente, o que justifica talvez o seu imenso sucesso internacional.


Opinião
Não poderia escrever sobre livros sem dar aqui um espaço especial ao livro que poderia muito bem ser "o livro da minha vida". 
Não perco muito tempo a pensar qual o livro que gostei mais de ler até hoje... já li livros completamente diferentes porque penso que não tenho um género preferido - há alturas em que acredito que "policiais é mesmo o que gosto mais de ler" e outras em que penso: "afinal os livros de fantasia é que me preenchem a alma!!"... 
No entanto, tal como me acontece na música por exemplo, existem livros que me marcam mais pela altura em que os li. 
Este devo ter lido por volta de 1994-1996, devia ter por isso cerca de 16 anos.
Estava cheia de dúvidas, como é típico da idade, e tinha muitas questões sobre o que seria a minha vida, quem eu queria ser, que objectivos queria definir para mim. 
E, no meio deste turbilhão de questões, este livro acalmou o meu coração, o meu pensamento e deu-me algumas bases para me tornar a pessoa que sou hoje.
Não sei se hoje, com a minha idade e com as experiências que entretanto passei, se ainda me iria marcar da mesma forma, caso o voltasse a ler. 
Talvez não. 
Mas penso que isso se deveria apenas ao facto deste livro ter ficado, desde essa altura, tão "interiorizado" e ter contribuído de forma tão positiva na construção da minha forma de ser e estar.
Em tantas frases, boas frases que poderia escolher, num livro recheado de reflexões, escolho aquela que continua a ecoar na minha cabeça sem que para isso precise ir buscar o livro à estante:


“E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar.”

Classificação
5*👍

terça-feira, 3 de março de 2020

Opinião - O Boss de Vi Keeland




SINOPSE
Quando o teu patrão é convencido, mas sedutor, arrogante, mas sensual, irritante, mas irresistível, o resultado só pode ser um... horas extra... ordinárias.Estás no primeiro encontro com um homem para lá de aborrecido. O que é que fazes? Finges ir à casa de banho, ligas à tua amiga e pedes-lhe que te ligue de volta, fingindo uma emergência que te tire dali, certo? Foi o que fiz. Até porque era mesmo uma emergência… Mas um desconhecido ouviu a conversa, chamou-me pretensiosa e teve o atrevimento de me dar conselhos! Respondi-lhe que se metesse na sua vida — na sua vida de homem alto, musculado, lindo de morrer e irritantemente convencido — e voltei para a minha mesa deprimente.De onde estava, não pude deixar de olhar para ele, acompanhado por uma loira bombástica. Típico! Quando me apanhou a olhar, piscou-me o olho, levantou-se com a sua bimba e dirigiu-se à minha mesa. Pensei que fosse denunciar-me, mas, em vez disso, fingiu que nos conhecíamos, juntou-se a nós, e partilhou histórias mirabolantes sobre um passado fictício entre nós... Tenho de confessar que o meu encontro passou de chato a estranhamente excitante.Quando a noite acabou, não parei de pensar nele, mesmo sabendo que nunca mais o veria. Afinal, quais seriam as probabilidades de voltar a encontrá-lo numa cidade com oito milhões de pessoas? Quais seriam as probabilidades de, um mês depois, ele vir a ser o meu novo Boss?

Opinião
Escolhi este livro, como habitualmente, pelas opiniões que encontro na internet, nomeadamente no Wook.pt.
Adoro ler mas no momento não me apetece ler livros com histórias demasiado complexas, que me façam entrar naquele mundo e não "conseguir sair" e principalmente que me tragam sentimentos de angústia ou tristeza.
Este foi por isso o livro ideal - história simples, bem conseguida, com uma construção de personagens eficaz mas sem entrar em demasiados detalhes. E principalmente, um livro que me fez rir à gargalhada em determinados momentos - algo que não me acontecia há muito tempo com um livro!
Quanto ao romance, Reese e Chase formaram um casal divertido ainda que, para dar um sentido à história, com alguns dramas à mistura.
Gostei mais do início e do desenvolvimento do que propriamente o caminho para o final do livro. Isto porque senti que a história se foi tornando um pouco previsível e cliché e em momentos senti-me um pouco a ler uma comédia romântica mas, em geral, valeu muito a pena!
Vou ler mais livros desta autora certamente!

Classificação
4*👍