quarta-feira, 24 de junho de 2020

Opinião - Um Casamento Conveniente de Tessa Dare



SINOPSE

Da autora romântica bestseller que conquistou as leitoras portuguesas
Vencedora do Prémio RITA para Melhor Romance Histórico

Objetivo número um: ter um herdeiro.

Desde que o Duque de Ashbury regressou da guerra com o rosto desfigurado, a única coisa que o move é deambular pela cidade de Londres durante a noite e assustar todos com quem se cruza. Só que agora tem um problema: precisa de um herdeiro.

Objetivo número dois: casar.
Mas com regras bem definidas.

Quando Emma Gladstone, uma simples costureira, aparece em casa de Ashbury para lhe exigir um pagamento em dívida, este aproveita a ocasião e faz-lhe uma proposta de casamento. Mas impõe certas condições: deverão encontrar-se sempre às escuras, e apenas para conceberem um filho. Assim que Emma engravidar, deverá partir para o campo, e nunca mais se voltarão a ver.

Objetivo número três: não quebrar nenhuma das regras anteriores.

Ashbury e Emma casam-se. Emma, porém, é uma mulher determinada e também tem as suas próprias regras. E a principal é conhecer o marido. Permitirá Ashbury que Emma o veja realmente? E conseguirá ele impedi-la de se apaixonar?

OPINIÃO

Foi o primeiro livro de Romance Histórico que li. Ouvi falar da autora - Tessa Dare - como sendo uma referência neste estilo e que este livro tinha também algumas partes mais intensas pelo que resolvi arriscar.

Gosto muito da história da bela e do monstro. Penso que é sempre uma história que nos lembra que a beleza exterior muitas vezes não reflete a beleza interior. E a beleza exterior, tão importante na nossa adolescência e no inicio da nossa vida adulta, começa posteriormente a degradar-se (para todos sem excepção ainda que a ritmos diferentes) e vamos percebendo o quanto é efémera... A beleza exterior não deixa de ser importante, eu sei. Eu própria sei que alimento isso porque prefiro ver um filme com protagonistas que considero bonitos do que outros mais "normais". Acho que isto se entranhou na sociedade, acho que gostamos de sonhar, de ver coisas bonitas. Mas estou a falar de ficção e não confundo as coisas. No entanto, mais nos jovens mas também em alguns adultos, a ideia da beleza fisica sobrepõe-se a outras questões tão importantes como o nosso interior, aquilo em que acreditamos, que defendemos, que fazemos com o nosso tempo e com a nossa vida. 

Quando a maioria dos livros que tenho lido retratam sempre homens esculturais, lindissimos, charmossíssimos (basta ver as capas dos livros da Vi Keeland), é bom lembrar que existem na vida outros homens que muitas vezes não o são à primeira vista e se revelam (quando deixamos) lindissimos também mas de uma maneira mais profunda. E isso também pode fazer sonhar. Porque a maioria de nós, homens e mulheres, não fomos brindados com corpos maravilhosos e caras desenhadas à mão! Mas uma história de amor intensa pode acontecer com qualquer um de nós.

E este livro é de facto um conto baseado na bela e no monstro como tantos outros. Gostei muito de ler, achei muito bem escrito, fluído, de leitura fácil e sem momentos "aborrecidos". Gostei dos personagens e de todo o percurso e final da história. Sem dúvida um estilo literário que devo tentar conhecer melhor.

Classificação
4*👍



 




Opinião - O Inferno de Gabriel de Sylvain Reynard



SINOPSE

O enigmático e sedutor professor Gabriel Emerson é um reputado especialista na obra de Dante. Mas à noite dedica-se a uma vida de prazer sem limites, não hesitando em usar a sua beleza de cortar a respiração para manipular as mulheres a satisfazerem cada capricho seu.
Talvez por isso se sinta torturado pelo passado e consumido pela crença de que está para lá de qualquer salvação.
Quando a jovem Julia Mitchell se inscreve como sua aluna de pós-graduação, Gabriel não consegue ficar indiferente. Ela é linda, deliciosamente inocente, um diamante em bruto para ele polir. Sempre que Julia se apercebe do olhar de predador dele, espera sentir receio, mas o que verdadeiramente sente é uma estranha luxúria que a assusta. Desejando desesperadamente possuí-la, Gabriel põe em perigo não só a sua carreira, como ameaça desenterrar segredos de um passado que preferia manter oculto.
Uma história inebriante sobre amor proibido, luxúria e redenção, O Inferno de Gabriel retrata a jornada de um homem que procura escapar do seu próprio inferno pessoal enquanto tenta conquistar o impossível: perdão e amor.

OPINIÃO

Li algures na internet, que este livro é uma espécie de Cinquentas Sombras de Grey mas bem escrito. Convém referir que eu não gostei das Cinquentas Sombras de Grey... só consegui ler até meio do segundo livro e desisti. Achei verdadeiramente mal escrito, lembro-me de ver palavras repetidas imensas vezes na mesma frase, para além de não gostar do tema do sadomasoquismo. Não consegui ultrapassar essa questão e ver para além disso portanto foi um livro que me surpreendeu bastante apenas pelo sucesso que teve. 

Pensei que este livro poderia ser para mim o que o outro tinha sido para tanta gente. No entanto, após lê-lo, não entendi sequer a comparação. Acho que não tem absolutamente nada a ver e não encontrei qualquer ponto de ligação.

Adorei a sinopse e fiquei bastante curiosa mas não esperava um livro tão calmo. Gostei da história, gostei dos personagens, no entanto não achei o Gabriel assim tão obscuro ainda que só conheça a primeira parte da história. Algumas partes ainda não fazem muito sentido na minha cabeça, acho pouco credível algumas "bases" da história mas novamente, as mesmas podem ser explicadas mais à frente visto ser uma trilogia. No entanto, prefiro sempre, tal como nos filmes ou fim de temporadas de séries, que as coisas fiquem mais claras no final de cada livro, mesmo deixando sempre algo para aprofundar depois. Isto porque não deixa de ser 1 livro. A história foi dividida em 3 e cada uma delas deve ter inicio, meio e fim, explicando as partes mais importantes. Sendo que o primeiro encontro dos personagens é sempre uma parte tão relevante da história, gostava de ter percebido melhor as circunstâncias e razões que levaram a diferentes comportamentos dos protagonistas.

Leio muitas opiniões a referir que não conseguiram parar de ler e que leram logo o 2º livro a seguir. Eu confesso que não o fiz e ainda não comprei sequer o livro.

Aconteceu no entanto uma coisa engraçada... lembrei-me, enquanto ainda o lia, de tantos livros que são retratados em filme no cinema. Por curiosidade resolvi pesquisar se existia algum filme deste livro já que é inquestionável a quantidade de fãs. E então vi que, por uma grande coincidência, tinha saído o primeiro filme exactamente 1 semana antes! Vi que tinha sido produzido pela "Passionflix" - algo que desconhecia de todo. Tentei entender o que era a Passionflix e... um novo "mundo" abriu-se nos meus horizontes :)

Uma plataforma de streaming de filmes baseados em livros!! Como é que eu não sabia que isto existia!! De seguida pensei, "ok, seria óptimo mas certamente não dá para ver em Portugal"... e quando pesquiso um pouco mais, encontro na Apple store a App da Passionflix!!!! É verdade, tem poucos filmes, muito poucos, e nem todos têm legendas em português (mas os originais e principais têm!!). Por outro lado tem um pagamento mensal - cerca de 6.5€ - o que, para uma plataforma com tão poucos filmes é um bastante puxado... No entanto dei-me esse luxo e aderi! Tenho adorado, tenho visto vários filmes, tenho até visto alguns podcasts da Tosca Musk e não estou nada arrependida. E claro, a qualquer momento posso cancelar a subscrição como em qualquer outro serviço.

Estas são as pequenas coisas que eu adoro descobrir e ver que, não sou a única neste mundo a gostar destas coisas :)

Só por isso, este livro valeu a pena! E dia 31 de Julho vai estrear o segundo filme.

Há que dizer que, na Passionflix, os livros são adaptados praticamente de forma inalterada para filme. Normalmente isso não acontece nos grandes filmes de Hollywood mas neste caso, sendo essa a premissa desta plataforma, nota-se um cuidado tremendo com todos os pormenores. É por isso que provavelmente vou apenas ver o filme. Gostei muito do primeiro filme e dos actores escolhidos pelo que tudo me leva a crer que o segundo será ainda melhor com o desenrolar da história. 

Classificação
4*👍







terça-feira, 23 de junho de 2020

Pedro Lima

Não posso dizer que esta sensação é novidade para mim...
Desde pequena que algumas mortes ficaram na minha memória e me afectaram durante dias, meses... a maior delas, devo dizer, foi a Daniela Perez.
No caso dela, tinha tudo para me afectar - uma rapariga bonita, jovem, que dançava lindamente, actriz, tudo o que eu sonhava ter/ser quando crescesse.
Ela foi assassinada aos 22 anos, de uma forma desumana e brutal. Eu era uma criança nessa altura, penso que com 13 anos...
Ainda passava na televisão a telenovela onde ela participava com aquele que viria a ser o assassino e eu alimentei isso, vi-a todos os dias na televisão, gravava em vídeo, via as cenas dela vezes sem conta... alterei até o nome do meu diário para "Dani", o nome pelo qual ela era chamada. Foi tao intenso que, se fechar os meus olhos, ainda consigo ver hoje, anos depois, as mensagens dos colegas dela da novela, e lembro-me da música de fundo. Foi passando com o tempo e com o meu crescimento mas sempre que penso nisto o nó da garganta está cá... pensar que aquele monstro já está cá fora, a fazer a vida dele como se nada tivesse acontecido, com mulher e filhos, enquanto uma vida foi tirada de uma forma que uma pessoa normal e humana nunca poderia fazer. Não há redenção possível para isto, é apenas e só uma injustiça, um erro de todo o tamanho. 
Agora, já com 40 anos, idade que infelizmente a Dani nunca chegou a ter, eu sou obviamente uma sortuda. Porque, apesar de nao ter seguido nem tentado sequer seguir nenhum dos meus sonhos de adolescente, quer na dança, quer na representação, encontrei nos estudos uma área que me satisfaz e onde me sinto feliz. Não sei se é conformismo mas é o que sinto. Lembro-me de há uns anos ir com a minha chefe da altura ver a irmã bailarina a dançar num bailado. O meu primeiro pensamento a vê-la no palco foi: "esta sim deve ser feliz, está ali mesmo a fazer o que ama, solta, livre". Dançar sempre me fez feliz, ainda que só em discotecas, era uma sensação diferente, única. Os números onde vivo diariamente não me dão essa sensação é claro, mas também não me angustiam. Gosto de fazer coisas onde me sinto confortável, onde sinto que tenho algum domínio. Provavelmente nunca teria sido feliz numa profissão que me estivesse sempre a colocar à prova, ainda que quando a superasse, a sensação pudesse ser transcendente. 
Sou sortuda porque consegui ter tudo o que eu imaginava que me iria fazer feliz - filhos, namorado, uma casa linda construída de raiz, e dinheiro para pequenos caprichos que me fazem sentir bem. Não sou pessoa de precisar de grandes viagens nem grandes carros, nem grandes telemóveis. Sou mais pessoa de gastar o meu dinheiro com coisas para casa, que me façam gostar de estar aqui 365 dias em vez de gastar tudo numas férias de 2 semanas. Por isso tenho netflix, alexas com subscrição de musica online, descobri agora a passionflix, compro varios livros, também jogo de vez em quando, tento ter à minha disposição (e por felizmente tenho algum dinheiro que o permite) tudo o que me faça querer estar comigo, em casa.
Penso que foi por isso que a quarentena foi tão tranquila por aqui. Tenho amigos, gosto de estar com amigos, mas muito francamente, o que eu gosto mais é de estar comigo. E penso que nem todos sentirão o mesmo. E é isto que me fez pensar quando soube do Pedro Lima.
O Pedro Lima, juntamente com o Diogo Infante, Nuno Lopes, Ricardo Pereira e Fernanda Serrano, são os actores portugueses que me dizem mais, por motivos completamente diferentes. O Pedro Lima quando apareceu, era conhecido por ser nadador profissional do Sporting. Eu tinha uma amiga na altura que o via nos treinos e claro, miúdas como eramos, referiamos o facto dele ser maravilhosamente bonito (é normal sendo adolescentes). Depois cheguei a vê-lo um par de vezes na Guerra Junqueiro, no cinema Londres e isso acabou por fazer com que o nome "Pedro Lima" ficasse sempre registado em mim. Eu deixei de ver novelas assim que saí de casa dos meus pais e perdi por isso a maior parte das telenovelas onde terá participado. Mas nas redes sociais, nas revistas, a imagem que tinha dele era de um homem lindo, que também tinha conseguido tudo na vida dele - uma profissão que desejava, uma mulher que amava e 5 filhos saudáveis, um desportista, uma pessoa sempre alegre.
Quando vi a notícia no meu telemóvel, chorei. Não que isso seja novidade em mim. Penso que devo ser a pessoa mais empática que alguma vez conheci. Sinto-me até estranha ao pé dos outros por isso mesmo. Sofro sempre pelos outros, estou sempre a colocar-me no lugar dos outros e isso faz-me sofrer muito também, mesmo quando os problemas não são meus. Acho que, se estivesse de fora e me conhecesse, até acharia que eu seria apenas uma pessoa com a mania e a tentar aproveitar a dor dos outros para que sentissem pena dela. Mas não é assim, tanto que só estou a escrever isto aqui, atras de um computador, onde ninguem me conhece. Evito falar destas coisas e destas sensações até às pessoas mais proximas de mim.
Na primeira altura (e na segunda e ate na terceira...) nunca me passou suicídio pela cabeça, pensei sempre num acidente de surf nas rochas. Eu não o conhecia e portanto qualquer opinião que eu desenhe na mnh cabeça não é baseada em nada mais que a minha própria visão das coisas (e que não é igual para todos nós) e nas coisas que saíam a público.
Ha quem fale de problemas financeiros e acredito que, em muitos casos e principalmente com filhos, isso seja de facto um problema que leva a preocupações e a ansiedades enormes. No entanto, não é expectável que só isso condicionasse um desfecho tão triste e brutal. Pode especular-se à vontade mas a verdade é que ele estava no momento a trabalhar. Tinha estado parado, como aliás todos, mas estava a trabalhar. Ser actor não é uma profissão estavel a não ser que se seja mesmo fenomenal, mas tambem nunca o foi. Alguns actores nem contratos de exclusividade têm por isso acho estranho que, mesmo a existir preocupação (como faz sentido existir neste momento a qualquer um de nós) isso tenha condicionado tudo. 
Tentamos no nosso mundinho então encontrar outras razões. Talvez não fosse feliz... mas depois vemos sempre aquele sorriso, todos que conviviam com ele dizerem que amava profundamente a mulher, que venerava os filhos, que vivia para a familia. E é aqui que o nosso coração e a nossa cabeça faz tilt. Mas como é que alguém que era feliz, que adorava a familia, que tinha trabalho, prefere desistir e acabar com tudo o que conhece?
Surge então a palavrinha "depressão". Parece uma palavrinha nova mas não.
Eu cresci a ouvir a minha mãe, que sempre trabalhou muito na vida, dizer que depressão é para pessoas que têm muito tempo para pensar e que não fazem nada na vida. E esta frase sempre me fez muito sentido. Ainda hoje penso que existe alguma razão nelas - se não temos tempo para parar, para pensar na nossa vida, é verdade que também não nos questionamos, vivemos em modo automático. E isso pode "adiar" o encontro connosco próprios.
Aliás, devo dizer que anos depois, penso que a minha mãe está no momento com uma depressão. Agora que a vida está mais calma, de repente oiço-a falar amargurada dos ultimos 40 anos de vida, o quanto sente que foi enganada pelos outros etc. Mas para mim, ela foi enganada por ela própria. Porque preferiu viver vendada, em modo automático e sem nunca parar para se conhecer, para se ouvir... 
Mas custa mais perceber o que poderá desencadear uma depressão em alguém que aparentemente tem tudo. Baixa auto-estima? O Pedro chegou a dizer isso numa entrevista... o que quer dizer isso? Eu sempre tive baixa auto-estima, porque passei por algum bullying na escola (caixa de oculos, mamalhuda, boca de aço...enfim) que me marcou e influenciou para sempre, mas felizmente comecei a gostar de mim psicologicamente e isso equilibrou a maneira como me vejo... se o problema do Pedro não poderia ser o fisico, seria o psicológico? Será que ele não gostava dele próprio? Penso que poderia ser isso... se ele era tao exigente consigo próprio isto poderia deixa-lo sempre angustiado por nunca atingir o que achava ser os mínimos. Tentar agradar os outros é dificil mas tentar agradar nós próprios pode ser muito pior.... 
Por outro lado a depressão é algo quimico. Se nos doi a perna, o estomago, qualquer outra parte de nós, vamos ao médico e tratamos. Porque é que no caso do cerebro achamos que e diferente?
É natural procurar encontrar razões para nos acalmar a dor... mas esta dor não acaba e não diminuirá para a familia. Penso muito na mulher dele e nos filhos. A filha mais nova dele pouco mais anos terá do que a minha. Desde esse dia que sempre que abraço a minha me lembro que a pequenina não terá mais o abraço do pai que a amava. Espero que aquela mãe consiga superar a dor dela para conseguir ajudar tambem os filhos a lidar com algo que parece impossivel de ultrapassar...
Não podemos ignorar os nossos sentimentos, não podemos fingir que não temos necessidades, temos de nos ouvir e temos de ir ao médico sempre que necessário para tratar qualquer orgão, zona do nosso corpo, que doa. E tal como outras dores, não podemos demorar demais a ir... como se diz, quando o rastreio é mais cedo, mais possibilidades existem para a cura...



quinta-feira, 4 de junho de 2020

Opinião - Stalker de Lars Kepler


SINOPSE

Um assassino em série aterroriza Estocolmo. Qual voyeurista, ele filma as suas presas, sempre mulheres, na intimidade das suas casas e depois coloca os vídeos no YouTube, enviando em simultâneo um link para o Departamento da Polícia Criminal.

Quando a primeira mulher aparece morta, vítima de um brutal homicídio, a Polícia começa as suas investigações, mas os vídeos que se sucedem não permitem identificar os alvos. Desconfiando de que o marido da segunda vítima, Björn Kern, traumatizado após ter encontrado o corpo da mulher, detém informações cruciais que podem ajudar o caso, a Polícia decide pedir ajuda ao hipnotista Erik Maria Bark. No entanto, aquilo que Björn lhe conta leva Erik a mentir à Polícia.

Se as luzes estiverem acesas, um stalker consegue ver a sua presa do lado de fora, mas, se estiverem apagadas, é impossível ver um stalker que já se encontre dentro de casa. Tranque as portas e corra as cortinas - os Lars Kepler regressaram com um novo thriller de cortar a respiração.

OPINIÃO

Os thrillers são sem dúvida os meus livros preferidos... aqueles que me prendem até ao final, que me fazem querer virar a página o mais rápido possivel para chegar então à resposta normalmente mais esperada: "quem matou afinal?!"
Este livro não foi excepção! Quando li que Lars Kepler é o pseudónimo de uma dupla de escritores de sucesso na Suécia, a minha mente transportou-me logo para anos atrás, quando descobri uma outra dupla de escritores do mesmo genero que adorei e de quem tenho vários livros - Nicci French. E arrisquei.
Mas quando comecei a ler fiquei um pouco em choque... sempre adorei este tipo de livros porque no fundo prefiro ler suspense, sem ter de ver imagens que me perturbem - não consigo ver filmes de terror e incomoda-me ver filmes de suspense/thrillers. É como se fosse uma forma de colmatar isso - não vejo mas consigo ler, porque controlo melhor a minha mente e as imagens que crio na minha cabeça, tenho algum domínio nisso quando nos filmes não o consigo ter por razões óbvias. Mas o início deste livro teve um efeito em mim que nenhum outro tinha tido ainda - existe uma descrição tão pormenorizada de um assassinato que cheguei a pensar que não ia conseguir ler o livro até ao final. Foi como se a minha cabeça criasse todas as imagens e eu estivesse lá... como se fosse mesmo um filme! Juro que até tive medo de estar na minha sala e olhei insistentemente para confirmar que as minhas janelas estavam fechadas por várias vezes... ao contrário da maioria, não sou grande fã da adrenalina pelo que dispensava esta parte!!
Ultrapassado o "choque" inicial consegui continuar o livro e ainda bem que não desisti... ou se tornou mais "soft" ou fui eu que me adaptei à escrita. A história está muito bem conseguida, as personagens bem ligadas, e o desfecho realmente algo inesperado. Li o livro num fim de semana (o que com 2 crianças pequenas chega a ser um feito histórico)
Gostaria talvez que o livro tivesse explorado mais a questão do hipnotismo. Gosto muito de toda a parte que estuda a nossa mente, acho que é de facto um tema que permite inúmeras abordagens e que continua a ser um mistério para muitos. Sei que existem mais livros com o personagem "hipnonista" pelo que possivelmente este tema pode ser abordado mais profundamente noutro livro - penso que ainda irei pesquisar sobre isso!

Classificação
4*👍